Para Waguinho, cantor e pastor da Assembleia de Deus dos
Últimos Dias (ADUD) e aliado de Pereira, a prisão é uma retaliação: “Todo mundo
que convive com o pastor sabe que ele é uma pessoa do bem. Isso tudo começou
por causa daquele José Júnior, que trabalha ganhando R$ 80 milhões do governo,
enquanto a gente ressocializa as pessoas por amor, sem ter nenhuma vantagem com
isso. Nós sabemos quem é do mal, sabemos quem engana. Foi uma prisão feita já
numa hora adiantada, para que acontecesse isso aqui, para que a imprensa
soubesse. A principal intenção é o escândalo, é denegrir a imagem do pastor”,
afirmou, criticando o maior adversário de Marcos Pereira, o ativista social
José Junior, presidente do Afroreggae.
Entretanto, a visão de Waguinho não foi compartilhada
por outros pastores. Márcio de Souza, colunista do Gospel+, publicou em seu
blog um artigo sobre o caso, e demonstrou estranheza por saber que entre os
evangélicos, há pessoas que defendem Marcos Pereira.
Segundo Souza, o argumento que será usado pelos partidários
de Marcos Pereira é inválido: “Agora as pessoas se levantarão e dirão que ele
está sendo perseguido porque é servo de Deus. Servo de Deus não estupra
ninguém, nem se aproveita da fraqueza do outro para se promover”, escreveu,
antes de lamentar os danos que o escândalo pode causar à imagem da igreja como
um todo: “O maior problema é que o testemunho desse cara desabona a todos os
crentes idôneos que professam o Evangelho verdadeiro de Cristo no meio de quem
ainda não teve uma experiência com o Senhor. As pessoas pensam logo que somos
todos ‘farinha do mesmo saco’. Uma pena. Quero ver agora ficar gritando ‘Tei
tei tei’ no xadrez”, resumiu.
A preocupação do pastor Márcio de Souza não foi a mesma
que o reverendo Hermes C. Fernandes demonstrou: “Estou profundamente
envergonhado pela maneira como muitos irmãos têm reagido à prisão do pastor
Marcos Pereira da Assembleia de Deus dos Últimos Dias, preso preventivamente na
terça-feira à noite, investigado por seis estupros. A impressão que se passa é
que a maioria está mais preocupada com o escândalo em si. Temem que respingue
na reputação da igreja evangélica como um todo e, assim, mine ainda mais a sua
credibilidade já tão desgastada junto à sociedade. Não vi ninguém demonstrar
preocupação e compaixão pelas vítimas de alguém que se escondia por trás de uma
posição eclesiástica para cometer abusos e estupros. Como estará o coração
dessas pessoas?”, questionou no texto publicado em seu blog.
Em seu blog, Fernandes ressaltou que Marcos Pereira
tornou-se algoz de quem buscava refúgio em seu ministério: “O que um discurso
moralista inflamado é capaz de esconder! Gente humilde e carente foi vítima de
quem deveria protegê-la. Alguns prefeririam que tais coisas jamais fossem
descobertas para que o escândalo fosse evitado e a igreja fosse poupada de mais
um desgaste”, lamentou.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+
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